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Toda relação ensino-aprendizagem exige pesquisa. O trabalho de pesquisa é uma atividade permanente do professor.


Nas universidades com pós-graduação stricto sensu, com programas de mestrado e doutorado, é comum o trabalho do chamado professor pesquisador -  o cientista que divide o seu tempo se dedicando ao seu projeto de pesquisa, investigando questões contemporâneas, realizando descobertas, desenvolvendo tecnologias, produzindo ciência com seu grupo de pesquisa, publicando os resultados para dialogar com outros cientistas - e por outro lado, ele se dedica também às aulas, tanto na pós-graduação quando na graduação.

Essa relação pode ser muito interessante. Os alunos têm a oportunidade de manter contato com saberes científicos recentemente produzidos pelos próprios professores,
E para o pesquisador, ao elaborar uma forma didática de explicar os resultados, as teorias e os métodos que ele emprega em sua pesquisa, e também ao incorporar os questionamentos e as contribuições dos alunos, seus próprios saberes se transformam.

Mas Paulo Freire argumenta que não é só na pós-graduação que a pesquisa é realizada. Na verdade, o ato de pesquisar não é algo a ser acrescentado ao ato de ensinar, porque pesquisar faz parte da própria definição de ensinar.

Mas é necessário que, em sua formação permanente, o professor se perceba como pesquisador e assuma a dimensão da pesquisa com os estudantes.


Da preparação da aula à orientação dos seminários em que os alunos apresentam os seus trabalhos, o professor está sempre descobrindo coisas novas e aprendendo. Seja qual for a disciplina, as novas descobertas científicas e as novas interpretações sobre os fenômenos da realidade transformam o conhecimento ano a ano.
Com a publicação dos resultados dessas pesquisas recentes nas revistas acadêmicas, os livros didáticos precisam ser sempre complementados ou problematizados pela crítica dos professores e alunos que devem agir de forma ativa na busca desse material.

Por mais que alguém estude, ninguém nunca vai saber tudo, justamente porque o conhecimento não é um objeto consolidado, mas um processo em transformação. Falamos sobre isso nos vídeos anteriores.

E assim como naquela reflexão do filósofo grego Heráclito sobre a impossibilidade de cruzarmos duas vezes o mesmo rio, porque as águas se renovam a cada instante, para um professor pesquisador, a disciplina que ministra novamente neste ano não será idêntica à que ministrou no ano passado.

Nas suas próprias aulas, o professor pode aprender muito sobre o conteúdo de sua própria disciplina que se transforma no decorrer do ano.

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